quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Adeus ano velho, feliz ano novo... PORRA NENHUMA!

Está incutido na sociedade esta idéia de que o ano novo significa renovação, mas, a meu ver, as pessoas nao sabem exatamente o que isto quer dizer, ou se sabem, fogem do real significado. Elas esperam que o cosmos, que Deus, que Alá, que, sei lá, qualquer outra força obscura sobrenatural, altere as propriedades da realidade e confira ao ano que está por vir algo de felicidade e melhora.

Esta falsa esperança pode ser fundamentada pela idéia do novo construída pela sociedade do capital, onde tudo que é velho, antigo, remete a coisas ruins e tudo que é novo, é bom, é melhor, de maneira geral. Bem apropriado pra uma sociedade que depende de vendas. Porém obviamente esta é apenas uma possibilidade, mas que creio que importante de ser ressaltada.

Outro possível pilar dessa visão inautêntica do ano novo, é o misticismo resultante da necessidade de fuga da condição humana das pessoas. Obviamente é bem mais fácil atribuir "ao ano" a culpa pelos seus fracassos e duas decepções, e esperar que no próximo ano, se tenha mais "sorte", do que se repensar suas escolhas e seu projeto existencial. Ou seja, muito se espera do ano novo, mas na realidade, pouco se faz para que ele seja realmente um ano de mudanças.


Obs.: Uma cor bem apropriada para o post, não?!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O problema das (co)cotas.

Por que temos de dar (co)cota para pagar uma dívida que não é nossa?
Por que não evitar o conflito da cor e levá-lo para o problema do capital?
É notável que a questão do preconceito e das (co)cotas hoje passa mais pelo problema do capital do que pelo da cor.
Se for de se criar (co)cota pra pobre, eu até entendo. Afinal quem nao (f)pode, não (f)pode.
Obviamente desde que a criação desse tipo de (co)cota não interfira muito negativamente nas possibilidades de outros.

Ainda assim acho errada essa facilitação pelas (co)cotas só para uns enquanto para outros não há! Também quero (co)cota!
Afinal se levarmos a idéia ao extremo, cada qual vai querer sua própria (co)cota!
Por exemplo, já pensaram em (co)cotas para gays?
É vergonhoso para o país do bumbum depender de (co)cotas!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pra que existimos?

Existe certo perigo em lidar com o filosofar. Especialmente quando se entra em contato com a filosofia do concreto, da vivência, do que se revela. Quando se lida com o podre da realidade, quando não lhe ignoramos, quando tomamos conhecimento da sua inerência à condição humana, algumas concepções são alteradas e algumas sensações são despertas.

A vida é permeada por questionamentos geradores de angústia que fazem com que os indivíduos queiram se refugiar em possibilidades para além da sua existência. Por exemplo, têm-se o fato de que é difícil para muitas pessoas aceitarem a efemeridade e a falta de sentido da vida, então a maioria delas recorre à religião. Obviamente esta é uma fuga de uma angústia que, como toda escolha, gera outra angústia, porém, uma angústia mais fácil de lidar, pois escapa ao real e às possibilidades de fato, e gera uma ilusão. Esta é o que cegará o indivíduo para as suas possibilidades, pois este se fechará em um dogma, abrindo mão de sua liberdade/responsabilidade e fugindo à sua condição humana, à espera dessa ilusão.

Em outros casos, creio que o meu, o sujeito comete o desatino de querer buscar respostas onde só se consegue questionamentos: na filosofia. Esta se apresenta sedutora, nos dá outras possibilidades de reflexão, porém é perigosa. Ao se "clarear" a visão, passa-se a perceber o quão obscuro é o mistério da vida. E mais, passa-se a questionar sua finalidade, de modo que a única resposta a que se é possível chegar é que a vida não tem sentido. Mas isto lhe confere sentido! O sentido da vida está no fato dela não ter sentido. Caso tivesse creio que todos os homens agiriam num determinado padrão mais facilmente observável, afinal todos teriam o mesmo objetivo. Todavia, o único padrão que se pode se certificar, é o padrão da diferença, desta que nos torna igual, deste sentido sem sentido.

Enfim, eu decidi continuar buscando um sentido (talvez eu faça disso um sentido, pelo menos até onde eu conseguir suportar), e vocês? O que irão decidir?

sábado, 13 de dezembro de 2008

Dieta para o amor eterno.

Duas colheres de sopa bem cheias de paixão
Uma colher de chá de angústia
Uma pitada de ciúme so pra dar o gosto...

e dois baldes duma eterna tolerância à mesmice.

Tentativa de... poesia?!

Esse negócio de poesia nao é muito comigo. Sou mais de criticar mesmo tudo! hehe!
Mas resolvi brincar um pouco e ver no que dá, afinal uma amiga minha de sala disse numa dinâmica de grupo que eu deveria ousar mais. Então saca só:


De Vinícius a Vinícius

De tudo, o meu amor é desalento
Antes, e com tal medo, e sempre pranto
Que estando em face do maior encanto
Dele desencante logo meu pensamento.

Quero esquecê-lo, de cada vão momento
E de seu furor hei de espalhar desencanto
E no que eu piso esmagar seu canto
Sem pesar ou descontentamento

E enfim quando ja tarde me procure
Quem sabe a morte, soluçao de quem vive
Quem sabe a solidao constancia de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que me livrei)
Que nao seja imortal, posto que engana
Mas que seja gostoso enquanto dure

Esta é uma espécie de paródia do "Soneto de fidelidade" de Vinícius de Moraes. Deixo isso claro pra evitar denúncias de plágio. Na realidade era pra todo mundo notar isso, mas como eu sei que este espaço aqui é público e alguns estúpidos podem pensar bobagem, parece que este aviso se faz necessário.
Ah sim! Gosto de sarcasmo, ironia e pessimismo, então nao me encham.