domingo, 30 de novembro de 2008

Tentativa de produção de crítica à sociedade Nº3 - Tragédia em Santa Catarina

Nestes tempos de tragédia em Santa Catarina especialmente, é possível perceber na mídia seu poder alienante sobre o povo.
É intrigante ouvir nas ruas comentários extremamente compadecidos com a tragédia, mas de pessoas aparentando sempre não darem a menor consideração ao fato de que, por exemplo, o Maranhão é um estado onde 44,2% da população vive abaixo da linha da pobreza há anos (e por anos), enquanto que no caos vivido nas cidades catarinenses 40% da população foi atingida.
Não se trata de se objetivar uma mensuraçao de a respeito de quem foi mais, ou menos prejudicado. Independetemente disso, é interessante ressaltar que assim como a mídia encobre (no sentido de não enfocar) situações como a do Maranhão, ela encobre muitas outras tragédias diárias da vida humana e nos deixa cegos para a (nossa) realidade, além de colocar, contraditoriamente, até mesmo os sujeitos que vivem situações adversas a vida toda numa condição "superior" de sentir pena de outros que momentaneamente se encontram em uma situação difícil. Esta tentativa de crítica principalmente visa à elaboração de um senso crítico em relação à mídia e à sua própria realidade, de modo a tentar fazer com que as pessoas atentem para a (sua) realidade.
Muitos podem aparecer e falar: "ah, aqui é diferente, a questão não é tragédia, é política... etc.", "ah, eu sou humano, eu não consigo ficar indiferente...", enfim, estas bobagens de pessoas que nao compreenderam a intenção deste texto e/ou acomodadas. Primeiro tratemos da questão da acomodação. Eu tenho certeza absoluta que hoje vão ter muitas pessoas ligando pra Band, Globo, etc. doando seus míseros trocos pra encostarem a cabeça tranquilamente no travesseiro à noite com a sensação de dever cumprido, como se tudo que elas pudessem fazer pelo outro fosse isso. Ninguém que não tenha lido este post vai se angustiar em se lembrar que no Maranhão existe gente que sofre todos os dias e que é possível, mesmo sendo de cunho político, uma transformação desta realidade.
Tratando agora daqueles que nao compreenderam a intenção deste texto, é de se lamentar, mas talvez não muito de se culpar, estes pobres ignorantes, afinal eu devo admitir o grande poderio midiático alienante. São somente sujeitos pertencentes ao rebanho ignorante chamado "massa".

5 comentários:

Flávio Soares disse...

Gostei, eu estava pensando sobre isso, toda a mídia se volta para a tragédia natural de Santa Catarina e no Maranhão o povo vive há muitos anos na mizéria, morrendo de fome e servindo de mão-de-obra escrava. Não fosse o analfabetismos, currupção, tudo isso no MA é estupidamente normal e "natural" para a mídia. É Phoda, phoda, phoda...

Frank Lima disse...

Olá vinicius, bom, eu chamaria isso de invisibilidade da nossa população hipócrita que se compadece com pessoas a milhares de kilômetros de distância e esquece do seu próximo.

boa reflexão meu velho.

sucesso.

umjardineiro disse...

Cabeça, textículo interessante o seu. Mas sempre se pode ir além. Embotamento, sideração, conceito de massa (uma das poucas coisa q descordo de ti, a massa não é absolutamente imbecil, olha nóis aqui)são coisas boas pra se apreender e sair da superficialidade q tu ficou e entrar na panoramicidade q com certeza tu vai preferir. Continue assim. Bjomeliga. A mídia não é tão culpada de tudo.

umjardineiro disse...

Tava estudando e lembrei de ti. Fait.dwves [nãoseiseéassimqseescreve] é um fenômeno abrupto que interfere na realidade e deixa as pessoas [massas, sociedades, coisas, sujeitos] em estado equivalente à comoçao, mas com o passar do tempo e a rotulação do fenômeno as pessoas vão voltando à sua realidade e convivendo naturalmente com o fétduvês [assimqsefala]. Isso tudo sobre os meios de comunicação, claro. Teh.

Michel disse...

The Wall