quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tentativa de produção de crítica à sociedade Nº1

A maioria das pessoas não se dá conta das implicações negativas que esse nosso american lifestyle acarretam, e outras ate preferem que seja assim (meu caso, pelo menos em relação ao individualismo), mas dentre as tais implicações desse modus operandi de nossa sociedade, gostaria de tratar principalmente sobre a intolerância e a ignorância.

Na sociedade do capital não há tempo para pessoas "comuns" pensarem, pois elas estão sempre trabalhando ou correndo atrás de emprego. Isto não é desculpa para a tamanha ignorância que o rebanho vive, pois apesar das dificuldades todos são livres para escolher, mas não nego que dificultam um pouco o processo de desenvolvimento de uma consciência (auto) crítica. As pessoas acham que há problemas demais para se pensar e se acomodam no mínimo de conforto que conseguem na vida, deixando questões essenciais da humanidade para meia dúzias de pesquisadores mal pagos das universidades. Uma verdadeira contradição uma vez que estamos na era da informação.

Se as pessoas não "têm tempo pra pensar" (na realidade elas escolhem "pensar em dinheiro") em questões essenciais do ser humano, elas esquecem de pensar no outro, de pensar na sociedade e de pensar ate mesmo em si e em sua própria felicidade. Essa comodidade de se achar tudo muito normal implica, em linhas gerais, o sujeito ter como objetivo de vida, acima de tudo, o consumo. Isso numa atitude muito descompromissada até consigo mesmo: o mundo está aí, as coisas acontecem a minha revelia, se eu tiver dinheiro vou ser feliz, etc., mas as pessoas morrem sem se preocupar realmente com o que a faria feliz. Notem que é muito estranho todas as pessoas pensarem ser felizes da mesma forma (bom emprego, casa, carro, etc.).

Outro fato cômico da sociedade do capital é a busca de ser diferente. Mas ser diferente na medida em que se rejeita o diferente, e essa rejeição é desprezível. É tamanha a insanidade que os sujeitos criam grupos dentro da mesma comunidade para se estranharem, mas é claro que ninguém pára pra pensar quão absurdo é isso. Ninguém quer abrir mão de nada. Apesar de que essa idéia não é mérito somente da sociedade do capital, basta se pensar na maior causa de assassinatos da historia da humanidade: as religiões. Na nossa sociedade o "diferente" apenas se evidencia, e se evidencia na medida que nos torna iguais, na medida em que nos tornamos tão iguais ao querermos ser diferentes. Mas se enxerga as diferenças...

Pode ser que daqui a alguns anos, principalmente agora que estamos em recessao na economia, um novo modelo de vida surja e nos liberte nos aprisionando em ideias menos agressivas a nossa liberdade e subjetividade. Quem sabe somente apos uma guerra mundial, pois a meu ver, estamos fadados a um fim não muito distante, uma nova "era do gelo", e me refiro ao valor simbólico da expressão referente a frieza. Os mais otimistas pensam que, como sempre após uma crise, a humanidade se adaptará e sobreviverá, renascendo de outra forma, tal qual outras crises foram superadas com o advento da razão, das ciências, ou do capitalismo financeiro. Um argumento valido para isso é o de que toda vez que se está numa crise, se pensa não haver esperança, ou seja, posso estar enganado em pensar como penso e alguém aparecer pra nos salvar, mas sustento minha posição devido ao ponto em que chegamos a prejudicar de maneira irreversível o próprio lugar onde vivemos (esse papo todo sobre aquecimento global e etc.). Impossível não, mas improvável, creio eu.

3 comentários:

Mara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mara disse...

foi uma crítica na mosca, que inclusive me indentifiquei com algumas partes, principalmente na questão de não pensar por falta de tempo e tal, incrível como tentamos nos isentar da culpa de sermos ignorantes.

=)

Flávio Soares disse...

Ta muito cult. Ótimo artigo!