terça-feira, 17 de maio de 2011

Amor e egoísmo.

Seja qual for a forma de amor, será sempre egoísta. "Ohh! Blasfêmia!", muitos dirão, porém há que se ressaltar que qualquer ação humana visa um retorno. Ninguém dá nada de graça, o aparelho psíquico suporta o desprazer, através do princípio da realidade, para adiar uma satisfação que pode ser vivida como desconfortável pro ego naquele momento, mas certamente em algum momento virá a descarga e o prazer, para manter o equilíbrio pulsional de novo.
Nós construímos algumas noções como o amor, a moral e o altruísmo para que a existência em sociedade seja possível, e também para dar sentido a desejos que sentimos e precisamos fazê-los representar. No fim das contas, o narcisismo é constitutivo e nunca sai de cena.
Sejamos francos! Abaixo a hipocrisia! Mesmo o que pode parecer o mais nobre (e desesperado) ato humano de amor, o sacrifício, trará louros e glórias à pessoa sacrificada. Isto não pesa? Se ela vive, seguiu um apelo pulsional extremamente forte de se autopreservar, mas, se o infortúnio vier a lhe acometer, se livrará das dores e mazelas deste mundo, além de ter dado um sentido à morte (à vida) no último de seus instantes.
No fim das contas, a palavra pode não ser exatamente egoísmo, afinal ela parece se remeter ao "ego", mas de alguma maneira não nos perdemos de vista, não nos tiramos de nosso próprio foco, afinal, é o nosso foco que nos foca ao tentarmos não nos focar de qualquer forma. Além de que, se não queremos nos focar, não queremos olhar para nós mesmos de alguma forma...
Enfim, amor incondicional não existe, e Lord Byron morreu junto com o romantismo do mau-do-século faz um tempinho já. Não sejamos ingênuos... Mas amemos! Amemos conscientemente, amemos sabendo que por mais que façamos ao outro, estamos fazendo a nós mesmos também. Já diria aquela máxima bíblica: "Ama ao próximo como a ti mesmo". Deve ser porque amar ao próximo é amar a si mesmo também.

8 comentários:

Unknown disse...

E se eu disser que não concordo? #comofaz?

márcio disse...

tão confortável explicar, né?...

Andy disse...

Sempre concordei! (x

Anônimo disse...

Eu também não acredito em amor incondicional, nunca o mencionei. E acredito muito menos em Madres Terezas de Calcutá. Fato é que somos extremamente egoístas, mas penso ser necessário abrir mão dele, nem que seja um pouquinho, pra realmente viver o amor, com tudo que ele traz de bom, e de ruim também. Se doar para merecer receber, sem exigir. Assim como são também as amizades. Mas enfim, confesso que ainda tenho muito o que aprender. Temos! =/

Anônimo disse...

Cara, os animais nunca tiveram noção de amor, moral e altruísmo e conseguiram viver em sociedade. O único desejo que merece algum sentido é o sexual, que já não serve, como nos animais, apenas para reprodução. O resto é puro clichê. Como tu vais explicar a relação entre amor e egoísmo? Putz, tu já amaste mais de uma vez? E não falo da sua mãe ou alguém dessa categoria (que tem obrigação de te amar rsrs). Cara, o amor é foda. Ele quem te escolhe, te deixa sem rumo, sem querer algo em troca, ou querendo tudo em troca. É ser egoísta e altruísta, é querer ficar preso e se sentir livre e outros clichês (CLICHÊ SIM!!!) que funcionam muito bem. Dá um tempinho. Acaba com essa tristeza em teu coração e procura viver um pouco mais!!! Abração

Vinicius Braga disse...

Eu não falei de animais. Falei que NÓS fazemos isso pra poder viver em sociedade. Lê de novo.
E não quis explicar nada. Simplesmente quis expressar uma opinião me pautando em algo que acredito.
Amar mais de uma vez? Quantidade é o que importa? o.0
E não tem tristeza no texto. Pelo contrário, traz um forte apelo à esperança apesar de dificuldades inerentes à condição humana como o egoísmo...
Ah, lê de novo o texto por favor, Sr(a). Anônimo 2!
Abração tbm.

marina disse...

Por incrível que pareça, gostei! Me fez ver com bons olhos algo que tu sempre dizia e eu sempre criticava!.. mas eu acredito nas madre terezas.

Camilla Fernanda disse...

Aplausos! Muito verdade!