quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Do exercício do pensamento.

Pensando a trajetória do pensamento ocidental é possível ter clareza a respeito de algo que se perdeu e da distância que estamos das próprias coisas. A partir do desenvolvimento do conhecimento científico, antes mesmo, com Galileu e a retirada do conhecimento do âmbito do concreto para o âmbito da abstração, o exercício do pensamento foi ficando cada vez mais comprometido a ponto de não conseguirmos (e nem querermos) sequer pensar os fundamentos que geraram os saberes que construímos em nossas masmorras do conhecimento.
Pessoas que dedicaram a vida toda a construir um saber próprio e autêntico, que se prestaram a mostrar a necessidade de revisitar os fundamentos de tudo que se julga saber, são meramente deixadas de lado em prol de se querer simplesmente reproduzir um saber técnico pelo desespero do assombroso "Mercado de trabalho".
A importância da técnica é inegável, mas quando se cai num automatismo, coisas que o próprio Mercado de trabalho exige como flexibilidade, criatividade, idéias inovadoras, se tornam uma missão cada vez mais complexa e difícil para esses operários do saber.
Acredito que pessoas que tem um olhar diferenciado, que conseguem pensar as coisas além do que está simplesmente dado, ou seja, tentando pensá-las em todas as suas possibilidades e com uma visão crítica do mundo, tem grandes chances de adentrar o Mercado de trabalho. Pois o exercício do pensamento abre portas para um desenvolvimento necessário anterior à técnica. Pois de nada ela vale isolada de quem a utiliza. E se for um sujeito entregue às verdades prontas e ao mecanicismo da nova lógica escravocrata do pensamento, só restará a grande vedete dos nossos tempos no Brasil da era Lula: a mamata dos concursos públicos.
Sociedade imbecilizante e medíocre, abriram a porteira!
(Na imagem ao lado, um Terminal de Integração de São Luís em horário de pico)

6 comentários:

Andy disse...

Deu vontade de assistir Tempos Modernos (x

Graco disse...

Como disse Nietzsche, a verdade científica está na sua força histórica e não na sua realidade, uma vez que colecionamos erros ao tentar traçar uma causa e efeito na realidade. Esta em sua ultima causa é um continuum, onde vemos apenas recortes. Interessante a foto do rebanho. Me faz pensar que o conhecimento técnico é assim porque serve não só a um rebanho, mas principalmente, a aqueles que tangem o rebanho com a força do seu capital. No mais, o homem faz a ciência a sua imagem e semelhança, por aquilo que conseguimos friamente captar, errando com os nossos limitados sentidos, o que nunca vai ser a coisa mesma. Por isso a técnica nos cala, cala nosso questionamento, uma vez que dá as coisas como dadas...Tanta coisa pra falar...HAUEEUAUEHUEHAe...Mas paro por aqui. Abraços

Mara disse...

a foto parece mais estação da luz - SP - 18h


:P

márcio disse...

É a integração. Galera ali esperando o circular 1 às cinco e meia da manhã. É meu velho, chegamos ao tempo em que a consciência já é um fator de perturbação.

Anônimo disse...

aonde passa o boi passa a boiada...

Abiodun Akinwole disse...

E todos nós sabemos de nde vem a marca de ferro^^.


abração, rapá!