sexta-feira, 30 de março de 2012

Significando.

Apesar da ficção científica, acho legal isso de uma "mensagem que não pode ser escutada". Afinal, tem algo que escapa à ordem das palavras. Nossa "evolução" tecnológica, por mais "perfeita" que seja, não nos dará todas as respostas, e, inclusive tem como possibilidade trazer consigo nossa própria destruição nesta busca paranóica do conhecimento achando que alguém o tem, pois essa promessa de resposta e de plenitude nos é oferecida e imposta, o que acaba levando muita gente, inclusive, a uma série de transtornos e compulsões que podemos ver hoje em dia.
Na música, esse exemplo de uma mensagem chegar para seres que já "tratamos de extinguir", ou seja, dessa impossibilidade de a "mensagem" se fazer "representar" pra alguém, de ser "escutada", pode ser comparado ao nosso funcionamento psíquico, para fins didáticos: quando achamos que encontramos a "resposta", ela já é outra coisa que não está ali como possibilidade, que vivenciamos conscientemente como "perda", então passamos a buscá-la de novo, e de novo (uma vez que não nos é possível viajar no tempo também!). Mas diferentemente, pra psicanálise, na verdade, não há "mensagem", nem objeto, há somente a falta nesse lugar daquilo que buscamos, ou seja, as baleias que poderiam captar e responder a mensagem, no caso, podem ser consideradas como algo que poderíamos utilizar para tentar colocar no lugar da falta.
"We shape life, we travel space, but we don't know the words to the songs of the ocean."